Portanto, quando se contrata um empréstimo, por exemplo, o consumidor paga tanto os juros à instituição financeira quanto o IOF ao governo. Essa distinção é importante, pois o IOF pode, em muitos casos, aumentar de maneira significativa o custo final da operação.
Quando o IOF é cobrado?

O IOF incide sobre uma ampla variedade de transações financeiras, abrangendo principalmente crédito, câmbio, seguros e resgate de investimentos. O momento de sua cobrança depende do tipo de operação. Nos empréstimos, por exemplo, o imposto é aplicado quando o crédito é liberado, enquanto nas operações de câmbio, ele é recolhido no momento da compra ou venda da moeda estrangeira.
Aqui estão as principais situações em que o IOF é cobrado:
Empréstimos e financiamentos, incluindo crédito pessoal e consignado;
Transações internacionais feitas com cartão de crédito ou débito;
Compra e venda de moeda estrangeira;
Contratação de seguros;
Resgate de alguns tipos de investimentos.
Quais são as alíquotas do IOF e como ele é calculado?
O IOF possui alíquotas variadas, a depender do tipo de operação financeira. A seguir, explicamos como o imposto é calculado em diferentes contextos e como essas taxas impactam nas transações.
Operações de crédito
No caso das operações de crédito, o IOF é aplicado a partir de uma taxa fixa de 0,38% sobre o montante total da operação. Além disso, há uma taxa extra que depende da duração do contrato. Para indivíduos pessoa física, essa taxa extra é de 0,0082% por dia, e para empresas, a taxa é de 0,0041% por dia.
Por exemplo, se você obtiver um empréstimo de R$ 12.000,00 com um prazo de 10 meses para pagamento, o cálculo seria da seguinte forma:
IOF fixo: 0,38% x R$ 12.000,00 = R$ 45,60
IOF diário para pessoas: 0,0082% x R$ 12.000,00 x 300 dias = R$ 295,20
Total de IOF: R$ 45,60 + R$ 295,20 = R$ 340,80
Logo, nesse caso, você pagaria um total de R$ 340,80 apenas de IOF pelo empréstimo.
Compras internacionais com cartão de crédito ou débito
Em transações internacionais efetuadas com cartão de crédito ou débito, a alíquota do IOF é de 4,38%. Isso significa que, em uma compra de R$ 1.000,00 feita em moeda estrangeira, será cobrado um adicional de R$ 43,80 de IOF.
É importante destacar que, mesmo ao adquirir um cartão pré-pago em moeda estrangeira, o IOF continua sendo de 4,38%. Portanto, essa alíquota é aplicada de maneira uniforme a cartões de crédito, débito e pré-pagos. Este valor tem sido reduzido anualmente, com o objetivo de ser eliminado até 2028.
Operações de câmbio
As operações de câmbio também estão atreladas ao imposto, com taxas que variam de acordo com a modalidade da transação. Ao comprar moeda estrangeira em espécie, a taxa é de 1,1%, contando com um recente aumento.
Conforme mencionado anteriormente, a taxa de IOF para operações com cartão é de 4,38%. Essa variação nas taxas torna o planejamento financeiro para viagens internacionais muito importante, pois o IOF pode afetar significativamente o custo da viagem, dependendo de como o dinheiro é obtido ou utilizado no exterior.
Seguros
A aquisição de seguros também está sujeita à cobrança de IOF, com taxas que diferem de acordo com o tipo de seguro escolhido. Para os seguros de bens, o imposto é de 7,38%. Já os seguros de vida possuem uma alíquota de 0,38%. Os seguros de saúde possuem uma alíquota de 2,38%. Por fim, os seguros de financiamentos imobiliários habitacionais são isentos de IOF.
É importante lembrar que estes são os valores atuais, e eles poderão sofrer alterações de acordo com a reforma tributária em trâmite. A reforma poderá mudar estes números com base na proposta que prevê o imposto IVA.
Resgate de investimentos
O IOF também pode incidir sobre o resgate de investimentos, especialmente quando o resgate ocorre em um período inferior a 30 dias da aplicação. Nesse caso, o IOF é calculado sobre os rendimentos do investimento e começa em 96%, decrescendo até 0% conforme o tempo de aplicação. Você pode encontrar os valores de cada dia na tabela abaixo:
Dias | Alíquota | Dias | Alíquota | Dias | Alíquota |
1 | 96% | 11 | 63% | 21 | 30% |
2 | 93% | 12 | 60% | 22 | 26% |
3 | 90% | 13 | 56% | 23 | 23% |
4 | 86% | 14 | 53% | 24 | 20% |
5 | 83% | 15 | 50% | 25 | 16% |
6 | 80% | 16 | 46% | 26 | 13% |
7 | 76% | 17 | 43% | 27 | 10% |
8 | 73% | 18 | 40% | 28 | 6% |
9 | 70% | 19 | 36% | 29 | 3% |
10 | 66% | 20 | 33% | 30 | 0% |
Esse sistema de tributação é chamado de "tabela regressiva" e tem como objetivo desencorajar a retirada antecipada de investimentos de curto prazo. Por exemplo, ao resgatar um investimento em 15 dias, você pagará 50% de IOF sobre os rendimentos acumulados até aquela data.

Se quiser fugir deste tipo de tributação, existem formas onde se pode investir sem pagar IOF. Investimentos em fundos de ações, alguns investimentos alternativos e investimentos em criptomoedas são isentos de IOF, por exemplo.